quinta-feira, 27 de julho de 2006

Olhar para o chão

A lua desapareceu
Lá longe no alto
E tudo o que eu queria
Era acordar mais um dia
Para o sono dormente
O sul indicar o norte
O fraco renascido
Transformado em forte
Um sorriso de criança
Arredar a morte.
E um pobre de espírito
Que tomba sem sorte
Debaixo do manto escuro
Não vê a lua a surgir
No resguardo oposto do céu

Escurecimento

O fim do dia
Esvoaça a tremer
Frequência de tuba
Um som ondulante
A ecoar no horizonte
Distante
A água que cai
Em projécteis singulares
Não consegue esborratar
O calor que transpiro
Ao sorver-te no momento
Em que escureço a mente









Foto: Autor desconhecido

terça-feira, 4 de julho de 2006

Vício de Ti

"Amigos como sempre
Dúvidas daqui para a frente
Sobre os seus propósitos
É difícil não questionar
Canto do telhado para toda a gente ouvir
Os gatos dos vizinhos gostam de assistir

Enquanto a música não me acalmar
Não vou descer
Não vou enfrentar
O meu vício de ti não vai passar...

E não percebo porque não esmorece
Ao que parece o meu corpo não se esquece

Não me esqueci, não antevi,
não adormeci o meu vício de ti

Levei-te à cidade
Mostrei-te ruas e pontes
Sem receios atraí-te às minhas fontes
Por inspiração passamos onde mais ninguém passou
Ali algures algo entre nós se revelou
Enquanto a música não me acalmar
Não vou descer
Eu não vou enfrentar

O meu vício de ti não vai passar...
E não percebo porque não esmorece...
Será melhor deixar andar?

Não me esqueci, não antevi,
não adormeci o meu vício de ti

Eu canto sons para a cidade ouvir
E entre nós há promessas por cumprir
Mas sei que nada vai mudar
O meu vício de ti não vai passar
Não vai passar"

Mesa - Vício de Ti (adaptado livremente)










Foto: Autor desconhecido