domingo, 30 de abril de 2006
O Amor É...
"Nunca vi um céu tão bonito nem tanto sossego, enquanto acabo o meu café no meio da cidade quase vazia, a não correr para apanhar o correio que já sei que não vou apanhar, sem saber que mais dizer-te, porque a minha alma está sempre a interromper-me, a chamar por ti. Quanto mais longe, mais perto me sinto de ti, como se os teus passos estivessem aqui ao pé de mim e eu pudesse seguir-te e falar-te e dizer-te quanto te amo e como te procuro, no meio de uma destas ruas em que te vejo, zangado de saudade, no céu claro, no dia frio. Devolve-me a minha vida e o meu tempo. Diz qualquer coisa a este coração palerma que não sabe nada de nada, que julga que andas aqui perto e chama sem parar por ti."
"O Amor É Fodido", Miguel Esteves Cardoso
O outro lado do vidro
Naquele sítio exacto
Instante agudo afiado
Prendo-me pelo olhar
Por segundos que parecem horas
Horas que parecem teimar
Que do outro lado do vidro
Há algo...
Algum brilho esquecido
Gesto a pedir toque quente,
Alguma ternura perdida
Ou mesmo roubada pelo vento.
Mas num segundo perdi esse instante
Que me saltou das mãos de rompante
Olhei melhor naquele vidro
E tudo o que vi acabou
Por me mostrar não mais que o meu olhar.
Foto: Susan Buzzi
Instante agudo afiado
Prendo-me pelo olhar
Por segundos que parecem horas
Horas que parecem teimar
Que do outro lado do vidro
Há algo...
Algum brilho esquecido
Gesto a pedir toque quente,
Alguma ternura perdida
Ou mesmo roubada pelo vento.
Mas num segundo perdi esse instante
Que me saltou das mãos de rompante
Olhei melhor naquele vidro
E tudo o que vi acabou
Por me mostrar não mais que o meu olhar.
Foto: Susan Buzzi
sábado, 29 de abril de 2006
Escrevi
Escrevi, escrevi, escrevi
Escrevi sem parar
Até me doer a alma
Até o canto cessar
Escrevi o céu e a terra
Escrevi o teu vestido a pairar
Escrevi o sorriso frágil
Macio, quente e doce
Escrevi-te três rosas alegres
E o gosto amargo na minha boca
Escrevi o mundo, o sol, o tempo
Escrevi química, nervo e músculo,
A alma atrás do pensamento
Escrevi a paixão, o amor, o sentido
E tudo mais o que podia
Escrevi-me por fim a mim
Num mundo cheio de melancolia
Pintura: Edvard Munch, "Melancholy", 1891
Óleo em tela 72x98cm
Escrevi sem parar
Até me doer a alma
Até o canto cessar
Escrevi o céu e a terra
Escrevi o teu vestido a pairar
Escrevi o sorriso frágil
Macio, quente e doce
Escrevi-te três rosas alegres
E o gosto amargo na minha boca
Escrevi o mundo, o sol, o tempo
Escrevi química, nervo e músculo,
A alma atrás do pensamento
Escrevi a paixão, o amor, o sentido
E tudo mais o que podia
Escrevi-me por fim a mim
Num mundo cheio de melancolia
Pintura: Edvard Munch, "Melancholy", 1891
Óleo em tela 72x98cm
sexta-feira, 28 de abril de 2006
Without you I'm nothing
"I'm unclean, a libertine
And everytime you vent your spleen,
I seem to loose the power of speech,
You're slipping slowly from my reach,
You grow me like an evergreen,
You've never seen the lonely me at all...
Without you... I'm nothing...
Without you... I'm nothing..."
Placebo - Without You I'm Nothing (adaptado livremente)
Lost (In Words...)
You’re lost in words
Baby you know it, you’re a mess
You chase a sunrise
In hope you get some rest
Feel the morning
In the distance I see you fly
You touch the ground, again
But your heart was always down
It’s just the way it is
It’s just the way it is
In time you’ll learn
You can’t swim backwards
Wandering alone, barefoot
There will be another day ahead
It’s OK, it’s quite alright
Or at least that’s all you have…
It’s just the way it is
It’s just the way it is
Baby you know it, you’re a mess
You chase a sunrise
In hope you get some rest
Feel the morning
In the distance I see you fly
You touch the ground, again
But your heart was always down
It’s just the way it is
It’s just the way it is
In time you’ll learn
You can’t swim backwards
Wandering alone, barefoot
There will be another day ahead
It’s OK, it’s quite alright
Or at least that’s all you have…
It’s just the way it is
It’s just the way it is
quinta-feira, 27 de abril de 2006
You would somersault in sand with me?
"You're the prince to my ballerina
You feed other people's parking meters
You encourage the eating of ice cream
You would somersault in sand with me
You talk to loners, you ask "how's your week?"
You give love to all and give love to me
You're obsessed with hiding the sticks and stones
When I feel the unknown
You feel like home, you feel like home
You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around
You were sweet and you were sound
You saved me
You're the warmth in my summer's breeze
You're the ivory to my ebony key
You would share your last jelly bean
You would somersault in sand with me
You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around
You were sweet and you were sound
You saved me
You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around
You were sweet and you were sound
See I had shrunk yet still you wore me around
And 'round and 'round"
Zero 7 - Somersault (adaptado livremente)
Foto: Autor desconhecido
Abre os olhos...
Se o teu coração bate,
é para te dizer que vives...
E que ao viver, sentes...
E que ao sentir, amas...
E que ao amar, sonhas...
E que ao sonhar, desejas...
E que tudo o que te rodeia
É construído através dos meus olhos,
Que para ti são âncoras
Que te agarram para lá do sonho
E te trazem até aqui.
Podes abrir os olhos...
Estou aqui para ti...
é para te dizer que vives...
E que ao viver, sentes...
E que ao sentir, amas...
E que ao amar, sonhas...
E que ao sonhar, desejas...
E que tudo o que te rodeia
É construído através dos meus olhos,
Que para ti são âncoras
Que te agarram para lá do sonho
E te trazem até aqui.
Podes abrir os olhos...
Estou aqui para ti...
terça-feira, 25 de abril de 2006
Mais alto é mais longe
A Lua está alta
O vento bate nas árvores,
Sonha em chegar ao mar.
E não há muito remédio
Em sonhar chegar mais alto
Porque mais alto é mais longe
E querer ir mais longe
É deixar-se divagar...
O vento bate nas árvores,
Sonha em chegar ao mar.
E não há muito remédio
Em sonhar chegar mais alto
Porque mais alto é mais longe
E querer ir mais longe
É deixar-se divagar...
domingo, 23 de abril de 2006
Mar do oeste
Se eu te amasse
Não to diria,
Porque dizer-to implicaria
Descalçar-me sobre o vidro quebrado,
Mergulhar nú num mar gelado.
Se eu te amasse
Não to diria
Não se poria o sol no oriente,
Porque o amor não se diz
Porque falar não me faria feliz.
Se eu te amasse
Não to diria
Guardar-te-ia para mim
Numa tarde púrpura sem fim,
E suspirar-te-ia
No mar alegre do oeste
Não to diria,
Porque dizer-to implicaria
Descalçar-me sobre o vidro quebrado,
Mergulhar nú num mar gelado.
Se eu te amasse
Não to diria
Não se poria o sol no oriente,
Porque o amor não se diz
Porque falar não me faria feliz.
Se eu te amasse
Não to diria
Guardar-te-ia para mim
Numa tarde púrpura sem fim,
E suspirar-te-ia
No mar alegre do oeste
Dizer-te
Dizer-te tudo o que digo
É um precipício
Olho para baixo e vejo-te a rir
Não vejo os teus olhos
Confundo-os com a água
Doce de um rio severo
E porque tudo à volta
Me ilude e interrompe
Mergulho no ar
E aguardo
O fundo chegar...
É um precipício
Olho para baixo e vejo-te a rir
Não vejo os teus olhos
Confundo-os com a água
Doce de um rio severo
E porque tudo à volta
Me ilude e interrompe
Mergulho no ar
E aguardo
O fundo chegar...
sábado, 22 de abril de 2006
Ruas vazias
Vazio...
Vazio...
Vazio...
Tudo está vazio...
Não há pessoas na rua
Não há carros a passar
Não há mais escolhas difíceis
O som não preenche o ar
O quente sai e torna gelado
E todo o mundo parece
Acordar de um sonho frenético
Em que tu existias nele
E ele em ti existia em mim.
Não sei que fazer agora...
Fico aqui a recordar?
Poderei encontrar-te aqui
Neste lugar?
Foto: Mircea
Vazio...
Vazio...
Tudo está vazio...
Não há pessoas na rua
Não há carros a passar
Não há mais escolhas difíceis
O som não preenche o ar
O quente sai e torna gelado
E todo o mundo parece
Acordar de um sonho frenético
Em que tu existias nele
E ele em ti existia em mim.
Não sei que fazer agora...
Fico aqui a recordar?
Poderei encontrar-te aqui
Neste lugar?
Foto: Mircea